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Nota do Movimento Cidade Sustentável dos Comuns

O Governador de Minas, Romeu Zema (Partido Novo), representou o Brasil na COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) de 2021 no painel sobre Cidades, Regiões e Espaços Organizados. O tema principal do painel, portanto, eram os impactos das mudanças climáticas sobre cidades. No entanto não houve de Zema qualquer proposição para resolver os problemas causados pelo caos climático nas cidades mineiras. O governador de Minas se resumiu a enumerar característica de Minas que em nada dependem de seu governo como as exportações de café e minério de ferro e o potencial de geração hidroelétrica e fotovoltaica no estado. Quanto aos enormes impactos socioambientais da atividade minerária, não houve qualquer menção de como reduzi-las.

Acompanhado do atual presidente da FIEMG, aliado de Zema e Bolsonaro, Zema direcionou seu discurso para público empresarial, restringindo sua preocupação à economia verde, como ele denominou a produção pautada em sustentabilidade.

Zema tratou ainda da adesão de Minas à campanha “Race to zero”, uma campanha global para unir lideranças e obter suporte de empreendimentos, cidades, investidores, entre outros, com o objetivo de alcançar uma economia “descarbonizada”. Os que aderem devem se comprometer a reduzir suas emissões de carbono a zero até 2050. Esta é uma iniciativa importante, faltou o governador de Minas apresentar alguma medida concreta para alcançar a ambiciosa meta.

De modo geral, há uma enorme incongruência entre as preocupação demonstrada por Zema na COP-26 e as ações de seu governo. Ao contrário de fortalecer as empresas públicas, em especial CEMIG e COPASA, como instrumentos da sociedade mineira para enfrentar os desafios contemporâneos, o governo do Partido Novo se orienta somente pela obsessão em privatizá-las, isto é, resumi-las a  geradoras de lucros privados sem conexão com metas pactuadas no debate democrático no seio da sociedade.

O Movimento Cidade Sustentável dos Comuns reitera que o enfrentamento das mudanças climáticas sobre a sociedade deve ser feito de modo estrutural e orientados sobre a perspectiva da superação das graves desigualdades sociais e econômicas presentes nas grandes cidades. Essa agenda não pode se restringir à medidas paliativas e muito menos ser capturada pelas associações das grandes empresas privadas. Convidamos a população de BH a se unir para tornar esse tema prioritário em nossa cidade.

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